Ponto Final - Santa Cruz


Depois do trem, Santa Cruz!
Assim que desembarcamos do famigerado mas não tão assustador Trem da Morte, deparamos com uma cidade cinza, fria e úmida. Só podia ser Santa Cruz de La Sierra, caminho obrigatório para quem quer chegar a La Paz, capital da Bolívia. Muita gente que faz essa viagem (principalmente mulheres sozinhas) prefere pegar um avião até aqui ao invés de fazer toda a viagem de ônibus. Claro que a escolha é sua, mas garantimos que é bem mais divertido atravessar pela estrada. Demora mais, mas e a emoção? Não foi pra isso que você veio?

Será preciso apresentar mais uma vez seu passaporte. Agora sim, você está mesmo na Bolívia. Saia agasalhado do trem (pode esfriar) e pegue um taxi para a estação rodoviária.

A rodoviária de Sta. Cruz é um verdadeiro show à parte: uma infinidade de cartazes e pequenas guaritas coloridas em um corredor estreito, cercadas por pessoas berrando e oferecendo a melhor oferta de viagem aos turistas. Respire fundo e faça sua escolha, levando em conta o destino (Cochabamba), o conforto do ônibus e o preço. Se estiver em grupo, vale a pena pechinchar. O preço unitário da passagem vai diminuir, com toda certeza. Se puder, pague um pouco mais por um ônibus no estilo "bus-cama". Mas não se engane: não há camas no ônibus, mas sim, como bem descreveu o Nando, um mero "encosto para batatas da perna". É melhor que nada.

Mais uma coisa: certifique-se da existência de um banheiro no ônibus. O boleteiro vai lhe dizer que tem, mas é quase certo que será mentira. Experiência própria!

Sorte no embarque
Resista à pressa e não pegue logo o primeiro ônibus para Cochabamba. Se puder, compre passagens para a noite. Assim, você tem tempo de rodar pela cidade, comer alguma coisa, trocar de roupa e ainda poderá dormir no ônibus. Viajar pela noite é o ideal, mesmo porque o percurso dura apenas 6 horas. Dura na teoria, porque você pode ter o mesmo azar que nós tivemos. Nossa viagem até Cochabamba durou 30 horas! Logo mais explicamos.

Não há muito a se fazer em Santa Cruz, a não ser por algumas pracinhas, igrejas e o centro comercial. Não estranhe se estiver tudo fechado. O comércio fecha para o almoço e a "siesta" dura duas horas e meia.

Para um local aconchegante para passar algumas horas, com boa comida, televisão e banheiro, recomendamos a fantástica Gelateria Dumbo. Para um relax desencanado, tente a Plaza 24 de Setiembro, cheia de bancos, área verde e bichos-preguiças pendurados nos galhos (não vimos nenhum, mas os locais disseram que a praça está cheia deles). E claro, os vendedores de artesanato. Se estiver economizando, cuidado! A lábia dos caras é boa e você poderá adquirir um facão decorativo "Tramontina - made in Brazil" por "míseros" 25 doletas. Há algumas catedrais nos arredores que valem uma espiada se você precisar matar tempo.

Na hora do embarque, não desgrude de sua mala e verifique se elas malas estão sendo embarcadas no mesmo ônibus que você. Estique as pernas e torça para a viagem ser curta e agradável. A nossa não foi nada disso. Existem dois caminhos para Cochabamba: um por uma estrada antiga, de terra, e outro, por uma estrada nova e asfaltada.


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